quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sessão de Júri de Nível Secundário

No dia 19 de Abril, na Biblioteca Escolar, quatro candidatos à certificação de Nível Secundário apresentaram, perante um júri, histórias de vida repletas de competências adquiridas nos mais variados contextos de aprendizagem.
Aqui ficam os testemunhos dos certificados, palavras de incentivo aos nossos candidatos em Processo, e algumas fotos desta sessão de júri para que quem esteve presente possa recordar os momentos mais importantes deste dia.

“Foi para mim um desafio estimulante, ao fim de 25 anos, dispor-me a completar o 12º ano, através do Processo RVCC, e ver reconhecidas e certificadas as minhas competências e aprendizagens que fiz, ao longo da vida.
Ao iniciar o Processo, a principal dúvida e expectativa que tinha era que método seria usado para que, a partir da minha história de vida, a minha experiência, eu pudesse construir o meu Portefólio Reflexivo de Aprendizagens (PRA). Por vezes, não damos valor ao que vivenciamos, mas foi nessa mesma experiência que me baseei, para trabalhar. Encontrei também colegas da mesma faixa etária, o que me deixou mais à vontade.
Não imaginava contudo quanto esforço, empenho e dedicação o mesmo me exigiria, com algum prejuízo quer a nível profissional, pessoal ou mesmo familiar, mas valeu a pena, pela satisfação de terminar o 12º ano, pelo convívio com os meus colegas e pela assumpção de que afinal sou capaz de conquistar tudo a que me disponha.
Penso que o meu PRA reflecte a minha vontade de aprender e saber sempre mais, serviu também para criar novos focos de interesse, mas tenho presente que preciso de acompanhar a evolução deste nosso tempo, para que dentro das minhas possibilidades, possa dar uma resposta cabal a tudo o que me for exigido, e onde possa aplicar os meus conhecimentos. Nunca o lema” O saber não ocupa espaço” esteve tão presente.
Ao longo destes intensos meses, a forma como a equipa nos acompanhou também foi motivador, e o desenvolver da minha história de vida fez o restante. Os trabalhos propostos e a formação complementar recebida permitiram aprofundar conhecimentos e melhorar outros, como as TIC, das quais não fazia muito uso.
Finalmente, entendo que foi muito compensador o tempo despendido, com um balanço francamente positivo e que deixou uma vontade enorme de me continuar a valorizar, aproveitando todas as hipóteses que surgirem, tentar até o ensino superior. Ficou uma grande vontade de me valorizar mais...” Carlos Valada

“Quando comecei esta caminhada, logo nas primeiras etapas, foi-me dito que não se tratava de um percurso que visasse a aprendizagem. Tratava-se de demonstrar aquilo que sabíamos e tínhamos aprendido ao longo da vida. Mas, eu tenho que discordar, pois, para além de demonstrarmos o que sabemos, também realizamos aprendizagens, pelo menos foi o meu caso.” Margarida Feitas

“Houve momentos de reviver o passado, as várias etapas profissionais, o perfeccionismo adquirido ao longo dos anos na actividade de decoradora de cerâmica. Descobri que sou capaz de enfrentar outras propostas a nível profissional, pois anteriormente tinha muito receio de o fazer. Na construção do meu Portefólio Reflexivo de Aprendizagens tive oportunidade de evidenciar, entre outras, competências na área da saúde, na língua estrangeira, na gestão da casa e na utilização das tecnologias de informação e utilização.
(…) Fiquei com uma noção diferente de determinados assuntos como, por exemplo, a separação do lixo e a importância da preservação do planeta que poderá ser importante não só para dar o exemplo aos meus filhos como também às crianças com quem trabalho para que, no futuro, tenham uma melhor qualidade de vida.”oCidália Canais

“Tenho consciência que aprendi bastante com todos os que comigo partilharam o seu saber, dando-lhes também a conhecer um pouco da minha vida e da minha experiência, daquilo que eu aprendi ao longo destes anos. Toda esta aprendizagem servirá para que no futuro possa enfrentar novas oportunidades e fez sentir-me um jovem no meio de tanta juventude. Dá-me ânimo para novas tarefas, porque eu sempre adoptei na vida a velha máxima “Nunca é tarde para aprender desde que se queira”.
Passado todo este processo, é tempo de olhar o futuro com outros olhos, talvez com a vontade de fazer melhor, pegando no passado e acrescentando o futuro. Agarrar novas oportunidades que venham a surgir, para nos sentirmos úteis à sociedade e fazer com que ela seja mais justa para com os homens, juntar ao nosso saber outros saberes e transmiti-los aos nossos filhos e a todos os que ainda tentam aprender com as experiências de vida dos mais velhos.”o Augusto Rosário

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