quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Reflexão final...


Chamo-me Adelaide, tenho 40 anos, moro em Casével e sou funcionária dos Bombeiros desta Vila, com a categoria profissional de administrativa.
Após a conclusão do meu processo RVCC, o balanço final que faço é muito positivo, apesar de, no início, as dúvidas relativas à maneira como iria decorrer terem sido muitas. O desespero era tão grande que, muitas vezes, pensei em desistir mas, como diz o nosso povo, só desistem os fracos! Assim, apesar de ter enfrentado algumas inquietações e contrariedades, fui capaz de gerir a minha auto-confiança, estando de olhos postos no futuro, mantendo uma atitude positiva e aproveitando as oportunidades que me eram dadas.
Em relação aos trabalhos desenvolvidos, penso que consolidei alguns conhecimentos porque o que me era solicitado estava dentro de áreas do meu conhecimento. Quando efectuava alguma pesquisa para completar algum trabalho acabava por aprofundar esses conhecimentos, completá-los e consolidá-los. Além disso, de uma maneira geral, recordava alguns conhecimentos já esquecidos, de tempos de escola ou de experiências adquiridas ao longo dos anos, pelo que considero que este processo RVCC me ajudou a desenvolver as competências que já tinha.
Apesar da carga horária, em termos profissionais, e da dificuldade constante em gerir o tempo devido a compromissos, principalmente, com a família, tenho que assumir que foi positivo a todos os níveis e que, em termos de futuro, quero continuar a aprender e a aproveitar todas as oportunidades que a vida me possa proporcionar, uma vez que com a construção do meu Portefólio Reflexivo de Aprendizagens apercebi-me que tenho ainda muito para aprender. Sei que agora tenho à minha frente um vasto leque de possibilidades para continuar a valorizar-me, nomeadamente, o ingresso no ensino superior, o que possibilitará a mim e à minha família mais qualidade de vida. Esta foi a minha forma de enfrentar este grande desafio!
Não posso deixar de expressar o meu sincero obrigada às orientadoras que tanto contribuíram para a minha mudança de atitude e de pensar. Foram tão generosas comigo, que é com orgulho que lhes agradeço muito!
A todos os que estão no processo e aos que estão para ingressar nesta aventura, não esperem facilitismo, não digam quando concluírem, que foi fácil, não acreditem no que vos dizem sobre as facilidades dos outros CNOs, cada CNO trabalha de acordo com os instrumentos que possui e com as equipas de que dispõe. O RVCC Secundário está longe de ser um processo fácil mas é isso que se quer, que não seja simples, pelo contrário, que seja complicado, com vários obstáculos para que cada adulto consiga através da sua experiência de vida e com auto-formação, ultrapassar cada um deles com afinco, trabalho e dedicação, pois só assim este processo é credível, só deste modo o nosso diploma é válido e respeitado.
Por isso, não consigo deixar de pensar que esta meta final é o início de uma longa caminhada que se constrói, sempre caminhando!
E agora, para terminar, um poema de Fernando Pessoa:
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo..."

Adelaide Silva

1 comentário:

Ana Sequeira disse...

Boa tarde. No seguimento de uma pesquisa sobre RVCC na Internet encontrei esta publicação com uma reflexão final em que se refere um poema de Fernando Pessoa. Na verdade a informação não é correcta, Fernando Pessoa nunca escreveu nada deste género. Apesar de a autoria lhe ser muitas vezes erradamente atribuída em alguns sítios, foi também já publicada informação que confirma que o poema não está de forma nenhuma relacionado com Fernando Pessoa. Foi até publicado no jornal Público pela jornalista Laurinda Alves e imediatamente contestado por alguns leitores, pelo provedor e finalmente pelo director da Casa Fernando Pessoa à altura, o actual Secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas.
A critica aqui tem que ir para a equipa técnico pedagógica que acompanhou a formanda, que não só não verificou a informação como não alertou a autora da reflexão para a necessidade de verificar sempre as fontes da informação nas pesquisas de Internet, já que a maioria da informação disponível é incompleta, imprecisa, não fundamentada ou, como neste caso, errada. Embora tenha já passado algum tempo desde a publicação (quase 3 anos) parece-me ainda importante e atempado este alerta.

http://static.publico.clix.pt/homepage/provedor/04.ruiAraujo/textos/2007.05.13.fernandoPessoa.asp